Resumo
O presente artigo visa objetiva uma
reflexão sobre a função do gestor escolar, a relevância deste para o bom
funcionamento da Instituição de Ensino, o entrosamento da sua equipe e o
sucesso da aprendizagem dos alunos. Assim, o papel do gestor é imprescindível
para a construção de uma educação de qualidade, onde a comunidade escolar seja
parte integrante, assumindo a função de empreendedor, provocando mudanças, gerando
o crescimento de todo o grupo, que realizará uma aprendizagem real e mais
eficiente.
Palavras
chaves: gestão escolar, empreendedor, comunidade escolar.
Introdução
Hoje em dia o gestor enfrenta
situações que mostram muitas dificuldades em seu ambiente escolar, pois
trabalha com grupo de diversidade cultural, com crenças, ideias, sonhos e
necessidades diferentes. Pessoas, que muitas vezes, não estão abertas para as
novas metodologias que ajudariam a tornar suas aulas mais atrativas e
motivadoras, gerando um interesse maior dos discentes em aprender.
É preciso que o gestor gerenciar
essa equipe e suas especificidades de maneira democrática e empreendedora,
provocando atitudes de mudanças que visem o sucesso de toda a comunidade
escolar.
Conforme, Senge (1990 p.11) afirma
que:
“As pessoas expandem continuamente sua
capacidade de criar os resultados que realmente desejam, onde surgem elevados
padrões de raciocínio, onde as aspirações coletivas é libertada e as pessoas
aprendem continuamente a aprender em grupo”.
Dessa forma o gestor, junto com sua
equipe, deve traçar estratégias que tragam mais qualidade ao trabalho do
educador, dando suporte e incentivando-os a fazer as inovações necessárias para
uma educação mais eficaz.
Desenvolvimento
O papel do gestor
Vivemos
em um mundo onde mudanças ocorrem rápida e constantemente. A escola deve estar
preparada para essas mudanças. A escola também precisa mudar, provocando o
aluno para viver nesse mundo de complexidade e incertezas, distorção de valores
e avanços tecnológicos. O gestor também precisa acompanhar essas mudanças, não
ficando estagnado no tempo, se modernizando.
Para Luck (2000 p. 35) liderança é:
“... a dedicação, a visão, os valores e a integridade que inspiram os outros a
trabalharem conjuntamente para atingir metas coletivas”. Dessa forma, o papel
do gestor é proporcionar confiança e liderança, fazendo com que toda a equipe
participe efetivamente dos trabalhos da escola, visando, principalmente, a
construção da aprendizagem.
Segundo
Hora (2000 p. 53) “... a principal função do administrador escolar é realizar
uma liderança política, cultural e pedagógica, sem perder em vista a
competência técnica para administrar a instituição que dirige de, em
cumprimento com a legislação que os rege, usara criatividade e colocar o
processo administrativo a serviço do pedagógico e assim facilitar a elaboração
e execução de projetos que resultantes da construção coletiva da equipe.”
As funções do gestor
O
trabalho do gestor escolar está diretamente relacionado à organização e gestão
da escola. Dentro da escola, o gestor desempenha vários papeis, devendo
proporcionar a unidade de todos os setores, o desempenho de pessoal e a
qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Cabe, também, ao gestor:
coordenar e articular as unidade que compõem a escola; articular e coordenar o
pessoal; formular normas, regras e adotar medidas relacionadas aos objetivos
propostos; administrar e orientar àqueles a quem são delegadas
responsabilidades.
Em relações às questões pedagógicas, são suas
responsabilidades: assistir seu pessoal para que promovam ações que condigam
aos objetivos educacionais; proporcional ação integral e cooperativa; promover
comunicação clara e aberta entre escola e comunidade; melhorias no processo
educacional. O trabalho do gestor se torna mais penoso e complexo quanto maior
for a escola.
Desafios da gestão escolar
democrática
São
muitos os desafios encontrados pelo gestor nas escolas atuais. Encontramos
escolas com problemas de violência, carência, tanto material quanto pessoal, a
não participação da família. Algumas vezes encontra dificuldade de aceitação
pelo grupo de profissionais da escola.
Mais
um desafio enfrentado pelo gestor é a falta de participação da família na
escola. Segundo Paro (2002) “Sob alegação de que a função de ensinar é da
escola, não contendo aos pais arcar com encargos profissionais que são
específicos, lega se que os pais têm o direito a uma boa educação escolar para
os seus filhos, sem ter de trabalhar também para a escola. A preocupação é
procedente diante da arbitrariedade que continua acompanhar o discurso e as
práticas relacionadas ao tema, mas é preciso um maior esclarecimento do
assunto. Por um lado, o fato de a escola ter funções especifica não a isente de
levar em conta a continuidade entre a educação familiar e a escolar; por outro,
é possível imaginar um tipo de relação entre pais e escola que não esteja
fundada na exploração dos primeiros pela segunda. É possível imaginar, um tipo
de relação que não consista simplesmente de uma ajuda ‘gratuita dos pais a
escola’. Pode-se pensar em uma integração dos pais com a escola, em que ambos
se apropriem de uma concepção elaborada de educação que por um lado, é um bem
cultural para ambos e, por outro, pode favorecer a educação escolar e
reverter-se em benefícios dos pais, na forma de melhoraria da educação de seus
filhos.” (p. 25).
Quando
os pais participam da vida escolar de seus filhos, há um melhor desempenho
escolar. É importante que os pais sejam motivados a participar da escola, que
conheçam o trabalho da mesma e colaborem na aprendizagem de seus filhos. Escola
e família juntas têm a função de educar o aluno para a vida.
Muitas vezes o gestor fica tão preso
às questões burocráticas da escola que não encontra tempo para as questões
pedagógicas. E este precisa estar engajado nas questões pedagógicas, pois ele
deve promover relações, estabelecendo a mediação entre a escola e a comunidade.
Esse trabalho é fundamental para a democratização da escola, auxiliando na
construção de uma sociedade mais humana e justa. Cada gestor escolar deveria
ser o principal pedagogo, maior interessado no processo de ensino-aprendizagem.
“Entendemos que a participação do gestor é
fundamental em todas as áreas: administrativa, financeira e principalmente
pedagógica”. (Paro 1995, p. 89).
O
empreendedorismo na gestão escolar
O
empreendedorismo é uma característica fundamental para o gestor escolar,
possibilitando, assim, ver novas oportunidades, tendo sucesso com a comunidade.
Ser empreendedor é importante tanto no ambiente empresarial quanto no
educacional. Timmons (1994) ressalta:
“O
empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do
que a revolução industrial foi para o século XX”.
Dentro de uma organização, o empreendedor é aquele que vê
oportunidades onde as demais pessoas não veem, antecipa problemas e os resolve,
assume responsabilidades. Tem grande responsabilidade no alcance dos objetivos
organizacionais.
O gestor empreendedor assimila informação, fundamenta conhecimento
e onde antes se via competência, aparecem as capacidades empreendedoras. Assim,
o gestor empreendedor apresenta um papel fundamental na nossa sociedade, que
está em constante transformação, transformando a escola em um ambiente
democrático, formando parcerias, com a participação e responsabilidade de toda
a comunidade escolar, construindo o espaço de formação que deve ser a escola.
Considerações finais:
O gestor de uma escola, quando
exerce sua função como um mediador, descobre o valor de talentos das pessoas
com as quais trabalha. Daí a necessidade desse gestor ser empreendedor,
inovando técnicas e procedimentos, buscando potencializar o “talento humano”,
conhecendo sua equipe, investindo em crescimento e capacitação de pessoal,
encontrando, assim, soluções criativas e inovadoras para crescimento pessoal e
profissional.
Referências
SENGE, Peter M. A quinta disciplina:
arte, teoria e prática da organização de aprendizagem. Rio de Janeiro: Quality
Mark, 1990.
LUCK,
Heloísa: A Escola participativa:
O Trabalho do Gestor Escolar/Heloísa Luck [ET AL]. -5-ed.-Rio
de Janeiro: DP & A. 2000
Hora,
Dainir Leal. Gestão educacional Democrática. Campinas, SP. Editorial Alinea,
2007 de ensino e práticas pedagógica. Petrópolis, RJ. Vozes, 2000.
BRASIL,
Constituição da República Federativa do Brasil-1988, Brasília, DF, 1988.
DOURADO, Luiz Fernandes, Duarte, Maria Ribeiro Teixeira, Titulo Progesta:
Programa de Capacitação e distância para Gestores escolares: In: MACHADO, Maria
Aglaê de Medeiros. (coord) ET, al., como promover, articular e envolver a ação
das pessoas no processo de gestão escolar? Modulo II CONSED (Conselho Nacional
de Secretários de Educação0, Brasília, 2001.
FERNANDES, Maria Nilza de Oliveira: Líder educador: Novas formas de Gerenciamento/Maria
Nilza de Oliveira Fernandes. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001
PARO Vitor Henrique, Situação e perspectivas da educação brasileira: Uma
contribuição, in: gestão democrática da escola pública. 3 ed. São Paulo: ática
2002.
PARO, Vitor Henrique. Por dentro da escola pública. São Paulo: Xamã, 1995.
TIMMONS, J. New
Venture Creation. 4. ed. Boston:
Irwin McGraw-Hill, 1994.
ACADÊMICA
ADRIANA BRAGA RAMOS
10/11/2014