segunda-feira, 10 de novembro de 2014

ARTIGO - GESTÃO ESCOLAR: A FUNÇÃO DO GESTOR ESCOLAR


Resumo

            O presente artigo visa objetiva uma reflexão sobre a função do gestor escolar, a relevância deste para o bom funcionamento da Instituição de Ensino, o entrosamento da sua equipe e o sucesso da aprendizagem dos alunos. Assim, o papel do gestor é imprescindível para a construção de uma educação de qualidade, onde a comunidade escolar seja parte integrante, assumindo a função de empreendedor, provocando mudanças, gerando o crescimento de todo o grupo, que realizará uma aprendizagem real e mais eficiente.

Palavras chaves: gestão escolar, empreendedor, comunidade escolar.



Introdução

            Hoje em dia o gestor enfrenta situações que mostram muitas dificuldades em seu ambiente escolar, pois trabalha com grupo de diversidade cultural, com crenças, ideias, sonhos e necessidades diferentes. Pessoas, que muitas vezes, não estão abertas para as novas metodologias que ajudariam a tornar suas aulas mais atrativas e motivadoras, gerando um interesse maior dos discentes em aprender.

            É preciso que o gestor gerenciar essa equipe e suas especificidades de maneira democrática e empreendedora, provocando atitudes de mudanças que visem o sucesso de toda a comunidade escolar.

            Conforme, Senge (1990 p.11) afirma que:

 “As pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar os resultados que realmente desejam, onde surgem elevados padrões de raciocínio, onde as aspirações coletivas é libertada e as pessoas aprendem continuamente a aprender em grupo”.

            Dessa forma o gestor, junto com sua equipe, deve traçar estratégias que tragam mais qualidade ao trabalho do educador, dando suporte e incentivando-os a fazer as inovações necessárias para uma educação mais eficaz.

Desenvolvimento

O papel do gestor

Vivemos em um mundo onde mudanças ocorrem rápida e constantemente. A escola deve estar preparada para essas mudanças. A escola também precisa mudar, provocando o aluno para viver nesse mundo de complexidade e incertezas, distorção de valores e avanços tecnológicos. O gestor também precisa acompanhar essas mudanças, não ficando estagnado no tempo, se modernizando.

            Para Luck (2000 p. 35) liderança é: “... a dedicação, a visão, os valores e a integridade que inspiram os outros a trabalharem conjuntamente para atingir metas coletivas”. Dessa forma, o papel do gestor é proporcionar confiança e liderança, fazendo com que toda a equipe participe efetivamente dos trabalhos da escola, visando, principalmente, a construção da aprendizagem.  

Segundo Hora (2000 p. 53) “... a principal função do administrador escolar é realizar uma liderança política, cultural e pedagógica, sem perder em vista a competência técnica para administrar a instituição que dirige de, em cumprimento com a legislação que os rege, usara criatividade e colocar o processo administrativo a serviço do pedagógico e assim facilitar a elaboração e execução de projetos que resultantes da construção coletiva da equipe.”

As funções do gestor

O trabalho do gestor escolar está diretamente relacionado à organização e gestão da escola. Dentro da escola, o gestor desempenha vários papeis, devendo proporcionar a unidade de todos os setores, o desempenho de pessoal e a qualidade do processo de ensino-aprendizagem. Cabe, também, ao gestor: coordenar e articular as unidade que compõem a escola; articular e coordenar o pessoal; formular normas, regras e adotar medidas relacionadas aos objetivos propostos; administrar e orientar àqueles a quem são delegadas responsabilidades.

  Em relações às questões pedagógicas, são suas responsabilidades: assistir seu pessoal para que promovam ações que condigam aos objetivos educacionais; proporcional ação integral e cooperativa; promover comunicação clara e aberta entre escola e comunidade; melhorias no processo educacional. O trabalho do gestor se torna mais penoso e complexo quanto maior for a escola.

Desafios da gestão escolar democrática

São muitos os desafios encontrados pelo gestor nas escolas atuais. Encontramos escolas com problemas de violência, carência, tanto material quanto pessoal, a não participação da família. Algumas vezes encontra dificuldade de aceitação pelo grupo de profissionais da escola.

Mais um desafio enfrentado pelo gestor é a falta de participação da família na escola. Segundo Paro (2002) “Sob alegação de que a função de ensinar é da escola, não contendo aos pais arcar com encargos profissionais que são específicos, lega se que os pais têm o direito a uma boa educação escolar para os seus filhos, sem ter de trabalhar também para a escola. A preocupação é procedente diante da arbitrariedade que continua acompanhar o discurso e as práticas relacionadas ao tema, mas é preciso um maior esclarecimento do assunto. Por um lado, o fato de a escola ter funções especifica não a isente de levar em conta a continuidade entre a educação familiar e a escolar; por outro, é possível imaginar um tipo de relação entre pais e escola que não esteja fundada na exploração dos primeiros pela segunda. É possível imaginar, um tipo de relação que não consista simplesmente de uma ajuda ‘gratuita dos pais a escola’. Pode-se pensar em uma integração dos pais com a escola, em que ambos se apropriem de uma concepção elaborada de educação que por um lado, é um bem cultural para ambos e, por outro, pode favorecer a educação escolar e reverter-se em benefícios dos pais, na forma de melhoraria da educação de seus filhos.” (p. 25).

Quando os pais participam da vida escolar de seus filhos, há um melhor desempenho escolar. É importante que os pais sejam motivados a participar da escola, que conheçam o trabalho da mesma e colaborem na aprendizagem de seus filhos. Escola e família juntas têm a função de educar o aluno para a vida.
            Muitas vezes o gestor fica tão preso às questões burocráticas da escola que não encontra tempo para as questões pedagógicas. E este precisa estar engajado nas questões pedagógicas, pois ele deve promover relações, estabelecendo a mediação entre a escola e a comunidade. Esse trabalho é fundamental para a democratização da escola, auxiliando na construção de uma sociedade mais humana e justa. Cada gestor escolar deveria ser o principal pedagogo, maior interessado no processo de ensino-aprendizagem.
 “Entendemos que a participação do gestor é fundamental em todas as áreas: administrativa, financeira e principalmente pedagógica”.  (Paro 1995, p. 89).

            O empreendedorismo na gestão escolar

O empreendedorismo é uma característica fundamental para o gestor escolar, possibilitando, assim, ver novas oportunidades, tendo sucesso com a comunidade. Ser empreendedor é importante tanto no ambiente empresarial quanto no educacional. Timmons (1994) ressalta:

“O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a revolução industrial foi para o século XX”.

Dentro de uma organização, o empreendedor é aquele que vê oportunidades onde as demais pessoas não veem, antecipa problemas e os resolve, assume responsabilidades. Tem grande responsabilidade no alcance dos objetivos organizacionais.

O gestor empreendedor assimila informação, fundamenta conhecimento e onde antes se via competência, aparecem as capacidades empreendedoras. Assim, o gestor empreendedor apresenta um papel fundamental na nossa sociedade, que está em constante transformação, transformando a escola em um ambiente democrático, formando parcerias, com a participação e responsabilidade de toda a comunidade escolar, construindo o espaço de formação que deve ser a escola.

Considerações finais:

            O gestor de uma escola, quando exerce sua função como um mediador, descobre o valor de talentos das pessoas com as quais trabalha. Daí a necessidade desse gestor ser empreendedor, inovando técnicas e procedimentos, buscando potencializar o “talento humano”, conhecendo sua equipe, investindo em crescimento e capacitação de pessoal, encontrando, assim, soluções criativas e inovadoras para crescimento pessoal e profissional.        

Referências

SENGE, Peter M. A quinta disciplina: arte, teoria e prática da organização de aprendizagem. Rio de Janeiro: Quality Mark, 1990.
LUCK, Heloísa: A Escola participativa: O Trabalho do Gestor Escolar/Heloísa Luck [ET AL]. -5-ed.-Rio de Janeiro: DP & A. 2000
Hora, Dainir Leal. Gestão educacional Democrática. Campinas, SP. Editorial Alinea, 2007 de ensino e práticas pedagógica. Petrópolis, RJ. Vozes, 2000.
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil-1988, Brasília, DF, 1988.

DOURADO, Luiz Fernandes, Duarte, Maria Ribeiro Teixeira, Titulo Progesta: Programa de Capacitação e distância para Gestores escolares: In: MACHADO, Maria Aglaê de Medeiros. (coord) ET, al., como promover, articular e envolver a ação das pessoas no processo de gestão escolar? Modulo II CONSED (Conselho Nacional de Secretários de Educação0, Brasília, 2001.

FERNANDES, Maria Nilza de Oliveira: Líder educador: Novas formas de Gerenciamento/Maria Nilza de Oliveira Fernandes. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001
PARO Vitor Henrique, Situação e perspectivas da educação brasileira: Uma contribuição, in: gestão democrática da escola pública. 3 ed. São Paulo: ática 2002.
PARO, Vitor Henrique. Por dentro da escola pública. São Paulo: Xamã, 1995.
TIMMONS, J. New Venture Creation. 4. ed. Boston: Irwin McGraw-Hill, 1994.

 ACADÊMICA

ADRIANA BRAGA RAMOS

10/11/2014

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