quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Resenha do Livro: Pais brilhantes, Professores Fascinantes - A Educação de nossos sonhos: formando jovens felizes e inteligentes, do autor Augusto Cury

Augusto Cury é psiquiatra, pesquisador, escritor, professor e conferencista. Em seu livro “Pais brilhantes, professores fascinantes”, faz profundas reflexões destinadas a pais e educadores, deixando claro que o papel de ambos no que se refere à educação se entrelaça e se complementa.

No decorrer de sua obra faz importantes paralelos entre ser bons pais e ser pais brilhantes, assim como ser bons professores e ser professores fascinantes. Em todas as comparações a diferença está em que o ser bom tanto pais como para professores se refere a ser e fazer o correto, seguir regras, aquilo que está dentro do previsto e o esperado para determinadas circunstâncias. O ser brilhante e o ser fascinante envolve algo a mais, alargando os horizontes da educação em uma perspectiva mais humanizada que forme sujeitos, ativos, pensantes e preparados para a vida. 

Referindo-se aos pais, menciona que ser bom significa: dar presente, nutrir o corpo, corrigir os erros, conversar, preparar os filhos para os aplausos, dar informações e oportunidades. Já os pais brilhantes vão além, oferecendo algo mais na educação e na vivência dos seus filhos tais como: dar seu próprio ser, nutrir a personalidade, ensinar a pensar, preparar os filhos para o fracasso, dialogar como amigos, contar histórias e nunca desistir.

Dirigindo-se aos professores, o autor enfatiza que ser bom professor significa: ser eloquente, possuir uma metodologia, educar a inteligência lógica, usar a memória como depósito de informações, corrigir os comportamentos, e educar para uma profissão. Em compensação os professores fascinantes: conhecem o funcionamento da mente, possuem sensibilidade, educam a emoção, usam a mente como suporte da arte de pensar, são inesquecíveis, resolvem conflitos e educam para a vida.

A terceira parte da obra refere-se aos sete pecados capitais dos educadores. Discorrendo sobre corrigir publicamente, expressar autoridade com agressividade, ser excessivamente crítico, punir quando estiver irado e colocar limites sem dar explicações, ser impaciente e desistir de educar, não cumprir a palavra, destruir a esperança e os sonhos dos educandos.

Nas partes seguintes o autor reflexiona sobre os papéis da memória humana e a escola dos nossos sonhos. Sempre numa perspectiva de tornar o educando o sujeito protagonista no processo de educação, que merece respeito pela sua individualidade, crescendo integralmente com equilíbrio entre a razão e as emoções.  Para Cury, um excelente educador é um ser humano com imperfeições, porém “alguém que tem serenidade para se esvaziar e sensibilidade para aprender”.

Em suas considerações finais, o autor deixa transparecer a sua preocupação com relação aos caminhos tomados pela sociedade atual, a crise da educação e a importância do papel dos pais e professores na construção de um mundo melhor. Com “a história da grande torre” Augusto relata sobre um grande concurso para saber qual a profissão mais importante da sociedade, onde cada profissional defende com veemência sua profissão como a mais importante.


Diante da árdua e mágica tarefa de educar, Cury ressalta a importância de valorizar as raízes como forma de suportar as intempéries da vida, como cidadãos pensantes, sonhadores e cientes de seus direitos e deveres.

ACADÊMICA

ERONITA TELLES ALVAREZ

29/10/2014

domingo, 19 de outubro de 2014

Resenha do Artigo: Estratégias Metodológicas para o Ensino de Alunos Surdos

           Lendo o artigo Estratégias Metodológicas para o Ensino de Alunos Surdos, vemos que ser professor de alunos surdos exige do professor o desafio de entender e dominar 2 linguagens diferentes: além de atender a turma que rege e, para estes, passar o conhecimento necessário, é igualmente importante o esforço para integrar os alunos com deficiência auditiva da mesma forma neste processo. 

           O ato de lecionar qualquer assunto que seja, entretanto, exige do professor algo além de apenas fazer mímicas ou tentar expessar o que deseja ensinar através de um intérprete, sendo essencial para a fixação dos conteúdos que o professor tenha um planejamento adequado. Além disso, o professor pecisa dispor de recursos diversos que servirão para auxiliar este aluno a aprender verdadeiramente
o conteúdo ensinado. Estes recursos podem ser visuais, artísticos ou de qualquer tipo que auxilie a cumprir o intuito de complementar o uso de Libras e os recursos tradicionalmente utilizados no ensino aos alunos sem deficiência.

           Somente o conhecimento de Libras, entretanto, não basta para que um professor habituado ao ensino tradicional possa garantir o ensino de determinada matéria a um aluno surdo. Este professor precisa dispor de recursos visuais adicionais e de interação complementares à mímica e linguagem de sinais para que se tenha certeza de que os alunos irão absorver os conceitos necessários para o
aprendizado.

           Como forma de exemplificar isto, futuros professores de Biologia, em formação, foram desafiados a criar uma aula para alunos surdos, ensinando sobre o sistema digestório. A maioria destes se utilizou somente de mímica ou recursos visuais para o ensino, gerando planos de aula insuficientes para turmas que incluam alunos surdos. Um grupo, inclusive, uniu recursos visuais e mímica, utilizando de uma bola de papel e realizando um teatro para tentar transmitir, de forma prática e visual, o conteúdo em questão. Ainda assim, sem poder contar com o recurso da linguagem de sinais em complemento aos outros recursos, ainda seria uma aula sem garantia completa de que um aluno surdo fosse absorver corretamente o conteúdo. A partir da orientação que receberam da orientadora da turma, foram ajustando os seus planejamentos para que chegassem o mais perto possível de uma aula de sucesso.

           O professor deve, portanto se cercar de diferentes recursos para tornar mais eficientes suas aulas para turmas que contem com alunos surdos. Para se fixar conceitos e para que ocorra a memorização dos mesmos, as aulas devem ser ricas em recursos visuais e para que possam haver mais do que uma atividade a propor aos alunos a cada situação, desafiando-os e não deixando que percam o interesse nos assuntos apresentados. 

           O maior desafio em si é o de fazer com que toda turma se veja como igual, de modo que não existam nem persistam preconceitos referentes à limitação auditiva dos colegas e que, no fim, todos consigam se comunicar de forma eficiente, não havendo exclusões ou cisões no grande grupo.

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LUCINÉIA CAETANO

19/10/2014

sábado, 18 de outubro de 2014

Resenha do Livro: “Avaliação – Concepção Dialética-Libertadora do Processo de Avaliação Escolar”, do Autor Celso Vasconcellos

            O livro “Documentos de identidade uma introdução às teorias do currículo” de Tomaz Tadeu da Silva é uma obra de consulta para as pessoas que desejam ver, entender e refletir sobre essas teorizações em diferentes perspectivas. Publicado pela primeira vezem 1999 é um livro que subsidia o leitor a compreender os processos político, social, econômico e cultural pelos quais transitam as Teorizações Curriculares.
            A obra está organizada em breves capítulos que abordam as três principais perspectivas curriculares: Teorias Tradicionais, Crítica e Pós-Críticas. Apresentando o pensamento de autores que são ícones em cada uma delas, o autor problematiza a visão de currículo nas diferentes épocas históricas que fundamentaram a Educação traçando seus caminhos até os dias de hoje.
            Inicialmente Silva caracteriza as Teorias Tradicionais, apontando seus fundamentos, ideais, conceitos e perspectivas curriculares. Neutras, desinteressadas, preocupadas em responder “o quê” e “como” educar, essas teorias nasceram nos Estados Unidos a partir da década de xx com Bobbit e Tyler.
            Objetivo do currículo nas teorias tradicionais é exercer com eficiência as ocupações profissionais da vida adulta, sendo um modelo voltado para a economia. Essas teorias referem-se ao currículo como uma questão técnica, estabelecendo padrões, organização e mensuração.
            Em seguimento à obra, o autor aborda as Teorias Críticas sendo estas a grande marca da virada epistemológica nos estudos do currículo. Efetuando uma completa inversão dos fundamentos das Teorias Tradicionais, essa perspectiva olha a educação como um campo político. Desconfiam do status que questionam e transformam radicalmente o currículo. Não se limitam a perguntar “o que?” buscam um constante questionamento. Sai do “o que” para buscar o “por que”. Porque esse conhecimento e não o outro? Estão preocupados com as conexões entre saber, identidade e poder. Deslocam os conceitos de ensino e aprendizagem para a ideologia e poder.
            Autores como:Althusser, Bourdieu, Giroux, Saviane e Bernstein problematizam o campo do currículo como uma questão política, preocupadas com a classe social menos privilegiados que acaba sendo aculturada por uma classe dominante.
            Questionam o currículo na produção das desigualdades sociais como também buscam investigar as conexões entre os princípios de seleção, organização e distribuição de recursos econômicos e sociais  mais amplos, fazendo relações entre currículo e poder, entre organização e conhecimento.
            Na continuidade de sua obra, Silva apresenta  as teorias pós-criticas do currículo, apontando questões a serem problematizadas através de um novo óculos teórico, sustentando-se a partir  do Pós-Estruturalismo.
            Preocupa-se em afirmar que não há hierarquia entre as diferentes culturas uma vez que o multiculturalismo passa a ser um movimento legitimo de reivindicações dos grupos culturais dominados. Por outro lado também pode ser visto como uma solução para “os problemas” que a diversidade racial e étnica apresenta para a cultura dominante. Vale ressaltar que o multiculturalismo não pode ser separado das relações de poder uma vez que este é um importante instrumento de luta política.
            Na perspectiva, a concepção pós-estruturalista não pode ser concebida fora dos processos linguísticos de significação uma vez que ela é discursivamente produzida.
            O autor destaca o currículo como um artefato de gênero corporificando e reproduzindo relações bem como seus estereótipos. Aponta a problematização de um currículo oficial que valoriza a separação entre sujeito e conhecimento, o domínio e o controle, a racionalidade e a lógica, a ciência e a técnica, o individualismo e a competição numa sociedade que está estruturada não apenas pelo capitalismo, mas também pelo patriarcado.
            Com essas problematizações em que se inserem as teorizações críticas contemporâneas sobre currículo a preocupação com a identidade étnica  e racial atravessam as discussões sobre cultura.
            Desestabilizando a tranquilidade da normalidade, as teorias pós-criticas querem complicar a questão da identidade sexual, cultural e social. Tal epistemologia quer nos fazer pensar “que é” o estranho, o impensável, o proibido. O objetivo desta pedagogia é questionar os discursos que definem o que é correto, incorreto, anormal. É uma teoria que pode fazer a diferença no currículo.
Silva em sua obra refere-se ao pós-modernismo como sendo um movimento histórico e social com um conjunto variado de perspectivas em campos intelectuais, políticos, estéticos e epistemológicos. Assim, questiona as narrativas mestras do modernismo sendo um modernismo antifundacionalista,
Finalizando a obra, na visão do autor, as Teorias do Currículo sofreram a ruptura das teorias Tradicionais para as Teorias Críticas. As Teorias Pós-Criticas dão continuidade aos estudos iniciados pelas Teorias Críticas. O currículo é visto então como uma arena política, território contestado, disputa de poder, o currículo é enfim, uma questão de saber, poder e identidade.

Referências Bibliográficas:
Vasconcellos, Celso dos Santos, Avaliação – Concepção dialética-libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo, Libertad, 1995. _ (Cadernos pedagógicos do Libertad; v.3)

ACADÊMICA

VÂNIA SCHEFFER SIQUEIRA


18/10/2014

Resenha do livro “Documentos de Identidade – Uma Introdução às Teorias do Currículo”, do autor Tomaz Tadeu da Silva

            O livro “Documentos de identidade uma introdução às teorias do currículo” de Tomaz Tadeu da Silva é uma obra de consulta para as pessoas que desejam ver, entender e refletir sobre essas teorizações em diferentes perspectivas. Publicado pela primeira vezem 1999 é um livro que subsidia o leitor a compreender os processos político, social, econômico e cultural pelos quais transitam as Teorizações Curriculares.
            A obra está organizada em breves capítulos que abordam as três principais perspectivas curriculares: Teorias Tradicionais, Crítica e Pós-Críticas. Apresentando o pensamento de autores que são ícones em cada uma delas, o autor problematiza a visão de currículo nas diferentes épocas históricas que fundamentaram a Educação traçando seus caminhos até os dias de hoje.
            Inicialmente Silva caracteriza as Teorias Tradicionais, apontando seus fundamentos, ideais, conceitos e perspectivas curriculares. Neutras, desinteressadas, preocupadas em responder “o quê” e “como” educar, essas teorias nasceram nos Estados Unidos a partir da década de xx com Bobbit e Tyler.
            Objetivo do currículo nas teorias tradicionais é exercer com eficiência as ocupações profissionais da vida adulta, sendo um modelo voltado para a economia. Essas teorias referem-se ao currículo como uma questão técnica, estabelecendo padrões, organização e mensuração.
            Em seguimento à obra, o autor aborda as Teorias Críticas sendo estas a grande marca da virada epistemológica nos estudos do currículo. Efetuando uma completa inversão dos fundamentos das Teorias Tradicionais, essa perspectiva olha a educação como um campo político. Desconfiam do status que questionam e transformam radicalmente o currículo. Não se limitam a perguntar “o que?” buscam um constante questionamento. Sai do “o que” para buscar o “por que”. Porque esse conhecimento e não o outro? Estão preocupados com as conexões entre saber, identidade e poder. Deslocam os conceitos de ensino e aprendizagem para a ideologia e poder.
            Autores como:Althusser, Bourdieu, Giroux, Saviane e Bernstein problematizam o campo do currículo como uma questão política, preocupadas com a classe social menos privilegiados que acaba sendo aculturada por uma classe dominante.
            Questionam o currículo na produção das desigualdades sociais como também buscam investigar as conexões entre os princípios de seleção, organização e distribuição de recursos econômicos e sociais  mais amplos, fazendo relações entre currículo e poder, entre organização e conhecimento.
            Na continuidade de sua obra, Silva apresenta  as teorias pós-criticas do currículo, apontando questões a serem problematizadas através de um novo óculos teórico, sustentando-se a partir  do Pós-Estruturalismo.
            Preocupa-se em afirmar que não há hierarquia entre as diferentes culturas uma vez que o multiculturalismo passa a ser um movimento legitimo de reivindicações dos grupos culturais dominados. Por outro lado também pode ser visto como uma solução para “os problemas” que a diversidade racial e étnica apresenta para a cultura dominante. Vale ressaltar que o multiculturalismo não pode ser separado das relações de poder uma vez que este é um importante instrumento de luta política.
            Na perspectiva, a concepção pós-estruturalista não pode ser concebida fora dos processos linguísticos de significação uma vez que ela é discursivamente produzida.
            O autor destaca o currículo como um artefato de gênero corporificando e reproduzindo relações bem como seus estereótipos. Aponta a problematização de um currículo oficial que valoriza a separação entre sujeito e conhecimento, o domínio e o controle, a racionalidade e a lógica, a ciência e a técnica, o individualismo e a competição numa sociedade que está estruturada não apenas pelo capitalismo, mas também pelo patriarcado.
            Com essas problematizações em que se inserem as teorizações críticas contemporâneas sobre currículo a preocupação com a identidade étnica  e racial atravessam as discussões sobre cultura.
            Desestabilizando a tranquilidade da normalidade, as teorias pós-criticas querem complicar a questão da identidade sexual, cultural e social. Tal epistemologia quer nos fazer pensar “que é” o estranho, o impensável, o proibido. O objetivo desta pedagogia é questionar os discursos que definem o que é correto, incorreto, anormal. É uma teoria que pode fazer a diferença no currículo.
Silva em sua obra refere-se ao pós-modernismo como sendo um movimento histórico e social com um conjunto variado de perspectivas em campos intelectuais, políticos, estéticos e epistemológicos. Assim, questiona as narrativas mestras do modernismo sendo um modernismo antifundacionalista,
Finalizando a obra, na visão do autor, as Teorias do Currículo sofreram a ruptura das teorias Tradicionais para as Teorias Críticas. As Teorias Pós-Criticas dão continuidade aos estudos iniciados pelas Teorias Críticas. O currículo é visto então como uma arena política, território contestado, disputa de poder, o currículo é enfim, uma questão de saber, poder e identidade.

Referências Bibliográficas:

Silva, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade – Uma Introdução às Teorias do Currículo. Belo Horizonte, Brasil; Autêntica. 2005, 2º Ed., 156 páginas.

ACADÊMICA

VÂNIA SCHAFF SIQUEIRA

18/10/2014

Resenha do livro “Pedagogia da Autonomia”, do autor Paulo Freire

EDUCAÇÃO MISSÃO OU PROFISSÃO?

          O livro acima mencionado instiga a formação de docentes e faz uma reflexão a prática educativo-progressista.
              É composto de três capítulos e cada capítulo tem nove subtítulos.
          No primeiro capítulo o autor aborda “que não há docência sem discência”, reflete assim sobre o posicionamento do professor frente aos alunos, para que estes valorizem as vivencias de seus educando. Sem alunos não há professores e uma vez que estes não forem valorizados como parte principal deste processo não será possível realizar um trabalho que gere frutos, os professores devem transformar as vivências de seus educando em fontes de pesquisa. “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino” (p.32)
            Os professores têm em seu caminho uma árdua tarefa, a educação e esta, deve ser tratada com ética, pois somos todos seres com particularidades, pensamentos e ideias e ideais distintos, estes não podem ser menosprezados, ridicularizados ou simplesmente ignorados, as diferenças devem se usadas para gerar aprendizado.
            Paulo Freire destaca no segundo capítulo que “ensinar não é transferir conhecimento”, mas sim construir o conhecimento e que esta construção seja um processo gradativo que precisa se construído com o aluno, todo o aprendizado precisa partir do interesse do grupo e deve ter sentido para o educando. O aluno deve ser participante ativo deste processo e ter consciência que construindo seu conhecimento pode usar o mesmo para refletir sobre sua realidade e lutar para intervir nesta e recria-la. A realidade seja ela qual for deve se tratada como um problema que pode ser solucionada, não é uma situação inabalável. O professor deve estar aberto a mudanças e passar isto aos seus alunos. “Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar”.(p.77)
            No terceiro capítulo Freire traz o destaque de que “ensinar é uma especificidade humana”. Além de ensinar o professor precisa estar envolvido, saber escutar, quere bem, dialogar e compreender. O professor precisa se envolver no processo educativo, pois o ensino é estar em constante aprendizagem, é se dispor a aprender com os alunos de maneira que o ensinar/aprender seja um processo prazeroso.
            Ser professor é muito mais que te uma profissão é ter uma missão para cumprir, é conseguir transformar seus educando em sujeitos autônomos, capazes de fazer a leitura do mundo em que vivem.
 Ambos são motivados pela curiosidade e esta é a chave mestra de um ensino onde existe a produção e construção do conhecimento, a curiosidade proporciona diálogo entre professor e aluno, que não deve ficar apenas no vai e vem, mas sim recheado de perguntas e respostas.
“Se não posso, de um lado, estimular os sonhos impossíveis, não devo, de outro, negar a quem sonha o direito de sonhar. Lido com gente e não com coisas”.(p.163) Ele provoca o pensar sobre ser crítico, formar opinião, manifestar-se, viver o exercício pleno da cidadania e vê o educador como articulador deste processo.
Propõe um ensino democrático que desencadeia o pensar, o espírito de busca e não se prende apenas a saberes científicos. Para tanto o professor deve ter uma cultura geral sólida que possibilite a leitura do grupo e contribua para a troca de vivências. Os conteúdos por sua vez devem ter significado para o grupo, caso contrario perde o sentido e se torna completamente desnecessário. É desta educação que sonhava Paulo Freire, uma educação que respira e transforma coletivamente e que não se submete ao sistema.
Para ultimar é válido ressaltar que a educação que Paulo Freire destaca é uma educação justa, onde o ser humano é tratado como um ser pensante onde seu conhecimento é valorizado e onde os professores não usam o poder de ensinar como uma arma que é capaz de destruir sonhos, acabar com ideais, mas sim que dirijam este trabalho como uma verdadeira missão para auxiliar no processo ensino/aprendizagem.

O livro de Paulo Freire vem de encontro com tudo que acredito e que procuro aplicar em minha prática docente, sou uma seguidora do Mestre e o seu conhecimento vem só fortificar meus pensamentos, uma educação igualitária que busque o simples, que resgate as coisas primordiais da vida e que o professor tem uma missão neste mundo, de fortalecer a capacidade do ser humano de transformar o mundo em um lugar justo, onde todas as opiniões sejam válidas. Talvez uma mudança total fosse uma utopia, mas o mundo está repleto de professores e se todos usassem a educação como uma forma de ensinar a pensar certo, muitas mudanças já seria visível. Como futura pedagoga, vejo a obra de Paulo Freire como fundamental para a formação de professores.

            Referência Bibliográfica:
Freire, Paulo, Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra – Coleção Leitura – 1997, 8º Ed.

ACADÊMICA

VÂNIA SCHAFF SIQUEIRA

18/10/2014

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Resenha do artigo: Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos, da autora Juliana F. Caetano

         Durante o eixo ECO LIBRAS, estudamos e debatemos sobre o uso da Língua Brasileira de Sinais, bem como sobre sua importância dentro do ambiente escolar mediante a necessidade de atendermos alunos surdos.
         Para nós, estudantes do curso de Pedagogia o contato com a língua de sinais, embora superficial, foi muito importante, pois nos despertou para situações que não havíamos identificado em nossas práticas. A necessidade da compreensão da língua de sinais como forma de comunicação é imprescindível uma vez que, ao aluno surdo é a única forma de comunicação. Quando falamos em língua de sinais, nos remetemos aos alunos, mas quando tivermos um colega de trabalho surdo, como iremos nos comunicar com ele, portanto, a necessidade de conhecimento da Libras foge ao fato de sala de aula, o que torna nosso compromisso ainda mais significativo.
         De modo geral, o texto nos apresenta o quanto a língua de sinais é importante, no entanto, nos alerta ao fato de que não basta termos bom contato com os sinais se não agregarmos a eles boas estratégias de ensino. Não podemos pensar que tudo estará solucionado se tivermos domínio sob a Libras. Assim como para os alunos ouvintes, necessitamos de várias estratégias e maneiras diferentes de abordagem para ensinarmos determinado assunto, para o aluno surdo não basta a língua de sinais. E um recurso muito apropriado é o uso de imagens e cenas concretas associadas aos sinais para desenvolver o processo de aprendizagem de forma que todos os alunos, ouvintes ou não possam se beneficiar.
         Dentro do conceito do uso de imagens como forma de auxiliar no processo de aprendizagem do aluno surdo, precisamos ter bem claro que o conhecimento de mundo de um aluno surdo é completamente diferente do trazido pelo aluno ouvinte, ou seja, assim como em qualquer situação de ensino aprendizagem, partir do conhecimento prévio e da realidade de cada sujeito proporciona significação ao que se estuda aumentando as condições de compreensão de determinado conteúdo. Sendo assim, não podemos apenas fazer uso de imagens sem que se construa conceitos sobre elas e as incorpore a realidade vivenciada em cada situação e para isso, necessitamos do uso da língua de sinais. A Libras é essencial para o desenvolvimento do aluno surdo, mas precisa de instrumentos de apoio. “... Aproveitar as experiências visuais na e da língua de sinais pode produzir estratégias de ensino eficientes, já que esta língua se inscreve no lugar da visualidade e encontra na imagem uma grande aliada junto às propostas educacionais e ás práticas sociais.” (CAETANO, Juliana F. Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos. In: LACERDA, Cristina B. F. de; SANTOS, Lara F. dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013. Pág 7 e 8).
         Mediante ao que viemos estudando, se apresenta o fato de que, em sala de aula, teremos o apoio de um intérprete de Libras para desenvolver nosso trabalho junto aos alunos surdos, no entanto isso não nos exime da condição de termos conhecimento da língua de sinais. Dentro do artigo, os autores nos apontam uma situação muito importante, a união entre o professor e o intérprete, ou seja, o trabalho do professor precisa ser desenvolvido em conjunto com o do intérprete. Ao professor cabe compreender que ele não estará sendo substituído pelo intérprete, mas sim complementado. O intérprete possui um papel fundamental dentro do processo de ensino aprendizagem do aluno surdo, uma vez que estará diretamente ligado a possibilidade de construção de novos conceitos por parte do aluno. A interação do professor com o intérprete irá garantir bom aproveitamento dos temas e das estratégias escolhidas. O intérprete é o elo de ligação entre, o professor e o aluno, é de responsabilidade dele transmitir ao professor as angústias do aluno e vice-versa, portanto, a parceria entre esses dois profissionais ( professor e intérprete) é crucial.
         Frente a todos esses elementos e a compreensão de o quanto a Língua de Sinais é importante dentro de nosso fazer pedagógico, não podemos deixar de ressaltar o seguinte trecho, onde fica muito claro o quanto precisamos estar preparados para todas as situações e que ao mesmo tempo, somente saberemos o que fazer quando a situação nos exigir. “... se chegar lá na hora e tiver um aluno surdo, ou um aluno cego ou alguma deficiência, vai ter que sair da gente, da nossa cabeça. ...” (CAETANO, Juliana F. Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos. In: LACERDA, Cristina B. F. de; SANTOS, Lara F. dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013. Pág 11.).
         A cada realidade que nos for sendo apresentada precisamos buscar novas estratégias de trabalho, cabe a nós estarmos dispostos a enfrentar as dificuldades e potencializar as habilidades de cada sujeito envolvido ( inclusive as nossas), pois não teremos fórmulas prontas de como proceder, cada momento é único e a cada um se deve um enfoque diferente, sendo surdo ou não.
         À medida que vamos aprofundando nossos estudos, mais preparados vamos ficando, o que não significa que não encontraremos dificuldades.

         Existem muitas falhas ao que se refere as políticas públicas que venham em benefício dos cidadãos com deficiência, no entanto, não podemos nos esconder atrás dessas falhas e deixar de cumprir nosso papel de educador, que é de buscar o possível e o impossível para o desenvolvimento integral de nossos alunos.
         Referência bibliográfica:
         CAETANO, Juliana F. Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos. In: LACERDA, Cristina B. F. de; SANTOS, Lara F. dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013.

ACADÊMICA
SANDRA ANAELISE DA SILVEIRA

09/10/2014

Resenha do capítulo 2 do livro: A prática reflexiva no ofício de professor. Profissionalização e razão pedagógica, do autor Philippe Perrenoud

            Durante este capítulo o autor nos convida a dialogar sobre o ato de refletir sobre nossas ações enquanto docentes, a buscar em nosso fazer orientações sobre o que está ou não contribuindo para o progresso da nossa prática.

            De forma ampla o texto nos questiona sobre a necessidade de aprender sobre reflexão, será que enquanto nos construímos professores, precisamos desse tipo de conhecimento que faz parte do ser humano em seu íntimo?

            O autor aponta a reflexão da prática como uma ferramenta importante para execução de qualquer tarefa em todas as profissões, no entanto, enfatiza o quanto essa prática é essencial ser desenvolvida e aprimorada pelo professor. A reflexão da prática pedagógica não pode servir para contribuir com o sentido de acomodação por parte do docente. Ela se encarrega de estimular os saberes já existentes em correlações com as experiências adquiridas com o passar do tempo. No entanto, as reflexões feitas a partir da rotina pré-estabelecida tendem a construir um ajuste pragmático ao fazer docente, ao invés de acrescentar saberes diferentes, acomoda as experiências e corrige as arestas, até que cada atitude se encaixe no contexto do cotidiano.

            Assim como para tantas outras situações, a grande desencadeante da prática reflexiva é a curiosidade, é a partir dela que o sujeito se motiva a buscar explicações, caminhos e alternativas mais eficazes para o desenvolvimento do trabalho. Da mesma forma, o clássico entrave para o crescimento auto reflexivo está na “preguiça mental”, ou acomodação intelectual, onde o sujeito interrompe sua busca ao primeiro sinal de um resultado, sem ir além.

Não é incomum professores desenvolverem grande saber intelectual e uma prática rica em experiências importantes, porém, da mesma forma, esses dois hemisférios não se encontram, não cruzam informações, pois na essência de sua formação este professor não foi ensinado a utilizar a prática reflexiva como ferramenta evolutiva e metodológica.

As ações reflexivas durante a prática docente tendem a compor o cenário vivido pelos professores de buscar ultrapassar os dilemas existentes nas salas de aula, dilemas criados no conflito entre as realidades e os programas pré-estabelecidos.


Através do treinamento constante de uma prática reflexiva tanto na vida profissional quanto pessoal, o professor, na verdade estará vislumbrando seu fazer docente de sentido e significado que aponta aos dilemas do cotidiano, ações concretas que impõe significado ao que se busca ensinar e aprender.

Referência bibliográfica: Perrenoud, Philippe. A prática reflexiva no ofício de professor. Profissionalização e razão pedagógica – Saber refletir sobre a própria prática: objetivo central da formação dos professores? - Editora Artmed 2002. Páginas 47 a 70.

ACADÊMICAS
SANDRA ANAELISE DA SILVEIRA
LUCINÉIA CAETANO

09/10/2014

Resenha do capítulo 1 do livro: A aprendizagem na mediação social do aprendido e da docência, de Mário Osório Marques

            Seguindo a linha inicial de pensamento desenvolvido pelo autor, destacamos a análise do processo de construção estabelecido historicamente, o ser humano não nasce pronto, necessita se desenvolver e aprender na decorrência do tempo e este processo se dá de forma integral na interação entre os sujeitos.

            O texto aponta o processo de aprendizagem sendo a consequência das relações estabelecidas entre os homens em complexas ações que mudam o ambiente e o modo de vida dos envolvidos. O homem busca na sua realidade as experiências como base para correlacionar suas interações sociais e estimular a aprendizagem para uma nova etapa do desenvolvimento sócio cultural, pondo-se assim o modo de vida como instrumento mediador da aprendizagem, ao mesmo tempo em que o sujeito mantém sua subjetividade estabelece suas relações necessárias ao processo.

            Não desviando do contexto inicial, o autor aponta as ações rotineiras do cotidiano como a origem dos questionamentos que norteiam os posicionamentos das ciências nos seus mais amplos contextos. A vida cotidiana favorece a disseminação ambígua do real e do imaginário, fatores componentes da singularidade dos sujeitos. Contudo, os anseios naturais do homem de negar e, ou superar seus próprios limites elevam a flexibilidade da aprendizagem da vida humana em sociedade. É importante contar com a complexidade da formação humana. Diante de dimensões diversas (biológicas, psíquicas, sociais e singulares) e distintas, porém, inter-relacionadas e interdependentes compõe o desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem estabelecido pelo sujeito de acordo com suas particularidades. Por esse caminho podemos estabelecer que as necessidades naturais bio-orgânicas individuais não podem ser contestadas no contexto fundamental do desenvolvimento individual, assim, o crescimento ao nível histórico – social da humanidade não pode prescindir de sua objetividade natural previamente reconhecida.

            O ser humano, segue construindo inter-relações com outros sujeitos a fim de auto promover e desenvolver, para tanto, a busca permeia grupos sociais concretos onde a cultura identifica os processos de relacionamento.

            O indivíduo busca interações culturais com outros membros socialmente integrados aos processos sociais da vida. A tradição cultural dos grupos sociais interferem diretamente ao modo como se aprende bem como do que se aprende.

            De modo geral, podemos apontar na fala do autor durante o trecho analisado, que enquanto sujeitos docentes, ou não, precisamos considerar a realidade dos sujeitos e o ambiente em que estão inseridos como pontos de partida para o desenvolvimento social, cultural e intelectual do sujeito. Tudo que nos cerca interfere em nosso desenvolvimento, assim, como, tudo o que fizemos interfere no desenvolvimento do outro e do ambiente que nos cerca. Portanto, os aspectos da vida diária são fatores importantes dentro do processo de ensino aprendizagem.

Referência bibliográfica:

Marques, Mário Osório – coleção. A aprendizagem na mediação social do aprendido e da docência. Pág 17 – 33. Editora Unijui. 3ª edição.

ACADÊMICAS
SANDRA ANAELISE DA SILVEIRA
LUCINEIA CAETANO

09/10/2014

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Resenha do livro: Conversas sobre Educação, de Rubem Alves

 Rubem Alves, pedagogo, poeta, filosofo, cronista, contador de estórias, ensaísta, teólogo, escritor e psicanalista. Além disso, um dos intelectuais mais famoso e respeitado do Brasil. Capaz de desafiar seus leitores com seu estilo reflexivo, instigante e por vezes crítico, lançando olhares diferenciados sobre os temas de educação abordados tanto em escolas como em universidades.

Em seu livro: “Conversas sobre educação” por meio de suas crônicas faz as suas considerações sobre temas da educação de forma descontraída e bem humorada. Através de seus questionamentos desfaz conceitos e desafia principalmente os educadores a sonhar e formar seres humanos sonhadores, enquanto desenvolvem-se em sua plenitude.

No primeiro tema menciona um programa básico da educação para se construir um país melhor, baseado em sonhos e inteligência, pois segundo ele: “o sonho chama em seu socorro a inteligência. A inteligência é o poder que torna possível a realização dos sonhos”.

Na sequência a obra é dividida em cinco partes com títulos e subtítulos. A primeira parte trata sobre as crianças, suas curiosidades, perguntas inteligentes e provocativas de maneira abrangente sem focar em uma área, sempre ilustrando as reflexões com exemplos. Baseando-se na amplitude das perguntas das crianças, o autor faz críticas às restrições de professores que no decorrer de suas vidas profissionais se fecham somente em suas áreas de formação e os desafia a como as crianças alargarem seus horizontes.

Na segunda parte o autor traz o exemplo dos moluscos com sua flexibilidade e o espanto diante da perfeição de suas conchas construídas para sua própria proteção. Sobre a atitude de espanto cita que “Uma das tarefas mais alegres de um educador é provocar, nos seus alunos, a experiência do espanto. Um aluno espantado é um aluno pensante...”.

Nas duas partes seguintes, discorre sobre escolas, alunos, professores e pais, trazendo ilustrações como da cebola que “tudo começou num círculo interno mínimo. Em torno dele as outras camadas foram crescendo”. Assim também acontece com a aprendizagem, “aprender é fazer o corpo crescer por expansões sucessivas.” O importante neste crescimento do aluno que acontece gradativamente nas escolas até a universidade com o envolvimento de pais e professores é como no corpo da cebola não haver buracos.

Na quinta parte, Rubem Alves conclui sua obra fazendo abordagens sobre os conteúdos ensinados e a forma como são ensinados. Diferenciando os profissionais da educação que trabalham por profissão e os que trabalham por vocação. Trazendo presente seu desejo de transformação na maneira de educar, pois segundo ele: “educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu”. Expandindo assim o mundo do aluno que ficará mais rico interiormente e entenderá a razão pela qual vivemos “para ter alegria e para dar alegria. O milagre da educação acontece quando vemos um mundo que nunca se havia visto. Nesse sentido, a educação não tem fim, porque a vida é infinita”.

Assim, podemos afirmar que “Conversas sobre Educação” é um convite para um novo olhar diante da desafiadora missão de educar de forma diferenciada tendo presente que: “O que faz um educador é o amor pelas crianças; e o amor pelas crianças que teimam em viver mesmo naqueles que já cresceram. O amor é esperto: ele sempre acha um jeito de chegar até o lugar onde mora o objeto amado. É assim que acontece com os verdadeiros educadores: eles descobrem um jeito de chegar até as crianças”.

Diante das reflexões de Rubem Alves, resta a certeza que os educadores devem ser eternos pesquisadores de sua prática de ensino buscando refletir, analisar e transformá-la em uma prática que esteja cada vez mais próxima da realidade dos educandos, do seu desenvolvimento em plenitude como ser humano e de sua formação como agentes transformadores da sociedade onde estão inseridos.

ACADÊMICA
ERONITA TELLES ALVAREZ

08/10/2014

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Resenha do livro: Pedagogia do Amor, de Gabriel Chalita.

           Através dos contos infantis o autor procura passar a idéia da importância de alguns valores como: amor, amizade, coragem, esperança e humildade.

           A infância é marcada por momentos especiais que são relembrados durante toda vida, muitos desses momentos envolvem as histórias contadas pelos adultos.

           Através das histórias infantis as crianças enfrentam seus medos, vivem aventuras, se divertem e aprendem muitos valores que farão com que se torne uma pessoa melhor, valores esses cada vez mais esquecidos ou distorcidos nos dias atuais.

“Acreditamos que as dificuldades, os conflitos, as guerras e a intolerância que gradativamente se apoderam do mundo são resultado dessa total inversão de valores que predomina nas sociedades configurando um tempo em que até mesmo a esperança parece estar mais escassa. Cabe a nós estar conscientes da importância de nosso papel e amparar, reerguer, reavivar os sentimentos, valores e atitudes que poderão renovar a confiança em dias melhores.” (Chalita, Gabriel – Pedagogia do Amor, p.11)”.


           Da história “As Mil e Uma Noites” o autor destaca a história de Sherazade que traz o amor como valor principal, o conto se passa no reino de Bagdá, onde existia um sultão chamado Shariman que era triste e amargurado por ter sido traído pela esposa, jurando nunca mais confiar no amor de uma mulher casava-se a cada dia com uma mulher e após a noite de núpcias mandava executá-la, o pai de Sherazade era encarregado de encontrar uma nova noiva a cada dia, ela pensando em salvar as moças do reino e resolver o problema do pai oferece-se como noiva ao sultão que vendo sua beleza aceita desposá-la, na noite de núpcias Sherazade começa a contar uma de suas maravilhosas histórias até o amanhecer interrompendo-a em seu ponto culminante, o sultão decide mantê-la viva para continuar a história na noite seguinte, noite após noite ela emendava as histórias adiando assim a sua morte por 1001 noites, isso se repetiu até que sem imaginação para continuar ela se vê frente a frente com o sultão que agora está apaixonado por ela. Sherazade consegue transformar o sentimento de vingança e o ódio do sultão em uma linda história de amor.

           O valor da amizade relatado na história de Damon e Pitías seguidores do filósofo Pitágoras se passa em Siracusa no séc. IV a.C., ambos nutriam uma amizade fraternal um pelo outro desde a infância até a idade adulta até que Dionísio rei de Siracusa pôs essa amizade à prova, questionando os discursos de Pítias que pregava a liberdade e igualdade entre os homens, dizendo que suas palavras serviam para perturbar a ordem e acusando-o de traição o condenou a morte, Pítias fez um único pedido, queria voltar para casa e despedir-se da família, o Rei não queria permitir, mas foi convencido por Damon que ofereceu-se para ficar preso no lugar do amigo até que este voltasse, o rei permitiu mas os dias foram passando e tanto o rei como os guardas provocavam dizendo que o amigo havia abandonado Damon, este por sua vez reafirmava sua confiança em Pítias dizendo que deveria ter acontecido algo, ao chegar o dia da execução Damon é conduzido ao seu algoz e mais uma vez o rei faz questão de lembrar a ausência do amigo e Damon diz que continua acreditando em Pítias, nesse instante Pítias surge visivelmente esgotado após longa viajem na qual seu navio naufragará e bandidos o atacaram, mas mesmo assim nunca perderá a esperança de chegar a tempo de salvar o amigo e cumprir sua condenação. Após presenciar tal cena o rei comovido admitiu estar errado e liberta os dois amigos pedindo em troca que lhe ensinassem a construir uma amizade tão sólida.

           Mais um valor destacado pelo autor é o idealismo, viver pelo que se acredita como o herói Dom Quixote que viveu suas aventuras onde se imaginava um cavaleiro andante que viajava na companhia de seu fiel escudeiro Sancho Pança, lutando contra gigantes que na realidade eram moinhos de vento, via castelos onde havia apenas modestas acomodações, belas princesas nas camponesas, transformando a realidade em algo melhor. Mostra que devemos ter um ideal na vida e persegui-lo para que nossa existência não seja em vão.

           O conto Davi e Golias nos traz o valor da coragem, uma história bíblica em que Davi um simples pastor de ovelhas franzino que se acreditava ser esse seu único ofício durante toda sua vida, é ungido pelo profeta Samuel por ordem de Deus e demonstrando uma fé imensa e muita coragem consegue com um único golpe com uma pedra acertar a cabeça do gigante Golias o derrotando. Essa passagem nos mostra que mais do que força é necessário coragem e fé para conquistarmos nossos ideais.

           A esperança relatada na história Vidas Seca que conta a vida sofrida de um casal de nordestinos, seus dois filhos e sua cadela mostra que apesar das dificuldades enfrentadas por eles por falta de todos os recursos, não só financeiros, mas também e principalmente de comunicação, por serem pessoas totalmente sem intimidade com as palavras não conseguem manter um diálogo entre eles, desconfiam que todos querem enganá-los, tirar vantagem de sua ignorância e mesmo assim eles não perdem a esperança de ter uma vida melhor onde o pai possa ser dono de suas terras e não somente um empregado, onde a mãe possa ter a tão sonhada cama que nunca puderam ter, que os filhos possam viver em segurança e sonham com um futuro melhor mostrando que devemos sempre ter esperança.

           O valor do trabalho é lembrado na história de Hércules, filho de Zeus, que durante uma caminhada em que pensava na vida e em seus deveres que eram muitos se depara com uma estrada bifurcada o caminho da direita era acidentado, íngreme de difícil acesso e viasse no final montanhas azuis e do lado esquerdo o caminho era muito melhor com pássaros e arvores, sem pedras mas no final uma névoa encobriu o que viria depois.

           Duas moças surgiram tentando atrair Hércules para seu caminho a moça do lado em que o caminho era melhor prometi muitas maravilhas na viagem, fartura, fortuna, sem obstáculos, já a moça do lado em que o caminho era acidentado não prometera facilidade, disse que o caminho era difícil, com pântanos e morros mas que ao final da estrada o levava a montanhas azuis que lhe garantiam fama a quem chegasse lá, ao ser perguntada sobre o seu nome a moça afirmou chamar-se Trabalho, também conhecida como virtude e a outra moça do caminho fácil disse chamar-se Bem-Aventurança mas seus inimigos a chamavam de Preguiça. Hércules escolheu a Virtude e seguiu com ela pelo caminho do trabalho, esforço e dedicação que levam a vitória e felicidade ao final do seu percurso.
O conto Cinderela nos traz o valor da humildade, a bela jovem órfã era explorada pela madrasta e suas duas filhas, tinha que fazer todo o trabalho da casa mas mesmo cansada continuava pura e meiga com todos.

           Certo dia no reino celebrou-se uma festa para encontrar uma nova para o príncipe todas as mulheres do reino foram convidadas inclusive as filhas da madrasta de cinderela, ela ficou em casa aos prantos, pois não tinha nenhum vestido para ir à festa, foi quando surgiu a fada madrinha e providenciou um vestido, carruagem e sapatinhos de cristal para ela ir ao baile. No baile Cinderela chamou a atenção de todos e o príncipe dançou com ela, perto da meia noite ela lembrou-se do que a fada madrinha havia lhe dito que quando o relógio soasse meia noite o feitiço desapareceria, Cinderela então saiu correndo da festa e acabou perdendo um sapatinho que se tornou a única pista para o príncipe encontrá-la, ele anunciou que casaria com a moça em quem o sapatinho de cristal servisse. Um mensageiro foi em todas as casas experimentando o sapato nas moças, as filhas da madrasta tentaram de todas as formas calçá-lo, mas não serviu, quando Cinderela o calçou serviu perfeitamente, revelando que era ela a princesa que dançará com o príncipe no baile, a madrasta e as filhas caíram de joelho aos seus pés pedindo perdão por todo sofrimento que a causaram, Cinderela sendo incapaz de sentir ódio, abraço as e as perdoou, sendo conduzida ao príncipe que a aguardava ansioso, assim os dois casaram e foram felizes para sempre.

           A história do Rei Salomão revela o valor da sabedoria, conta a Bíblia que certo dia duas meretrizes que viviam na mesma casa haviam dado a luz a um menino cada uma mas um havia morrido por descuido da mãe, ambas chegaram a frente do Rei Salomão dizendo ser a mãe do menino e exigindo a guarda daquela criança, Salomão ouviu atentamente as duas mulheres e mandou que buscassem uma espada declarando em seguida que cortassem o menino vivo ao meio e dessem a metade para cada mulher, a 1ª mulher desesperou-se e mandou que dessem o bebê para a outra, esta por sua vez disse que o bebê não seria nem de uma nem de outra que podiam cortá-lo ao meio. Salomão vendo quem realmente nutria amor de mãe entregou o bebê vivo a 1ª mulher. Esse episódio ficou conhecido como juízo Salomônico e todo povo de Israel teve consciência da sabedoria do rei Salomão.

            O valor do respeito é revelado através da história Patinho Feio, que conta a história de um patinha que por ser diferente era motivo de desprezo dos outros animais e que no final descobre que não era um patinho feio ou diferente e sim um cisne lindo consegue vencer as adversidades e ser superior.

            Para concluir o autor nos traz a história Estrela de Jóias e o valor da solidariedade, conta a história de uma menina que vive com a avo num casebre muito humilde e certo dia sai para cortar lenha para vender, leva consigo um pedaço de pão para matar-lhe a fome e um xale para aquecê-la do frio. Ao chegar à floresta encontra um menino menor que ela e parecia muito pobre que lhe diz estar com fome comovida entrega-lhe seu único pão, em seguida encontra uma menina mais miserável ainda, vestida com trapos chegava a ter a pele arrochada de frio, tira seu vestido e da para a garota enrolando-se no xale, caminha mais um pouco e encontra uma velhinha encurvada da idade catando lenha, essa se queixando de frio e a menina entrega-lhe seu xale e fica somente com um avental, apesar de tudo não sente frio nem fome é como se um poder maior a fortalecesse, cata as lenhas e quando já retornava para casa encontra um velhinho que lhe pede as lenhas, sentindo compaixão entrega sua lenha já pensando em retornar a floresta para juntar mais lenha, nesse momento o velhinho desaparece e surge um anjo e oferece tudo o que ela merecia após tanto altruísmo, uma chuva de pedras preciosas cai e o anjo diz para pegá-las que as pedras pertenciam a menina, ela usou seu avental e juntou as pedras e a partir deste dia ela e a avó levaram a vida que sempre sonharam.

           Este livro nos mostra como os contos infantis podem ser um poderoso instrumento pedagógico e também uma forma lúdica de ensinarmos os valores como amor, amizade, solidariedade as crianças.

            Incentivar as crianças a leitura destes contos é uma maneira de criarmos futuros adultos responsáveis que saibam reconhecer o verdadeiro valor dos pequenos gestos que são revelados nestas histórias.

ACADÊMICO
PATRICIA GABRIELA BAUM
FRANCELISE FERNANDES BRANDÃO

06/10/2014