Durante o eixo ECO LIBRAS, estudamos e
debatemos sobre o uso da Língua Brasileira de Sinais, bem como sobre sua
importância dentro do ambiente escolar mediante a necessidade de atendermos
alunos surdos.
Para nós, estudantes do curso de Pedagogia o contato com
a língua de sinais, embora superficial, foi muito importante, pois nos
despertou para situações que não havíamos identificado em nossas práticas. A
necessidade da compreensão da língua de sinais como forma de comunicação é
imprescindível uma vez que, ao aluno surdo é a única forma de comunicação.
Quando falamos em língua de sinais, nos remetemos aos alunos, mas quando
tivermos um colega de trabalho surdo, como iremos nos comunicar com ele,
portanto, a necessidade de conhecimento da Libras foge ao fato de sala de aula,
o que torna nosso compromisso ainda mais significativo.
De modo geral, o texto nos apresenta o quanto a língua de
sinais é importante, no entanto, nos alerta ao fato de que não basta termos bom
contato com os sinais se não agregarmos a eles boas estratégias de ensino. Não
podemos pensar que tudo estará solucionado se tivermos domínio sob a Libras.
Assim como para os alunos ouvintes, necessitamos de várias estratégias e
maneiras diferentes de abordagem para ensinarmos determinado assunto, para o
aluno surdo não basta a língua de sinais. E um recurso muito apropriado é o uso
de imagens e cenas concretas associadas aos sinais para desenvolver o processo
de aprendizagem de forma que todos os alunos, ouvintes ou não possam se
beneficiar.
Dentro do conceito do uso de imagens como forma de
auxiliar no processo de aprendizagem do aluno surdo, precisamos ter bem claro
que o conhecimento de mundo de um aluno surdo é completamente diferente do
trazido pelo aluno ouvinte, ou seja, assim como em qualquer situação de ensino
aprendizagem, partir do conhecimento prévio e da realidade de cada sujeito
proporciona significação ao que se estuda aumentando as condições de
compreensão de determinado conteúdo. Sendo assim, não podemos apenas fazer uso
de imagens sem que se construa conceitos sobre elas e as incorpore a realidade
vivenciada em cada situação e para isso, necessitamos do uso da língua de
sinais. A Libras é essencial para o desenvolvimento do aluno surdo, mas precisa
de instrumentos de apoio. “... Aproveitar as experiências visuais na e da
língua de sinais pode produzir estratégias de ensino eficientes, já que esta
língua se inscreve no lugar da visualidade e encontra na imagem uma grande
aliada junto às propostas educacionais e ás práticas sociais.” (CAETANO,
Juliana F. Estratégias
metodológicas para o ensino de alunos surdos. In: LACERDA, Cristina B. F.
de; SANTOS, Lara F. dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à
Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013. Pág 7 e 8).
Mediante ao que viemos estudando, se apresenta o fato de
que, em sala de aula, teremos o apoio de um intérprete de Libras para
desenvolver nosso trabalho junto aos alunos surdos, no entanto isso não nos
exime da condição de termos conhecimento da língua de sinais. Dentro do artigo,
os autores nos apontam uma situação muito importante, a união entre o professor
e o intérprete, ou seja, o trabalho do professor precisa ser desenvolvido em
conjunto com o do intérprete. Ao professor cabe compreender que ele não estará
sendo substituído pelo intérprete, mas sim complementado. O intérprete possui
um papel fundamental dentro do processo de ensino aprendizagem do aluno surdo,
uma vez que estará diretamente ligado a possibilidade de construção de novos
conceitos por parte do aluno. A interação do professor com o intérprete irá
garantir bom aproveitamento dos temas e das estratégias escolhidas. O
intérprete é o elo de ligação entre, o professor e o aluno, é de
responsabilidade dele transmitir ao professor as angústias do aluno e
vice-versa, portanto, a parceria entre esses dois profissionais ( professor e
intérprete) é crucial.
Frente a todos esses elementos e a compreensão de o
quanto a Língua de Sinais é importante dentro de nosso fazer pedagógico, não
podemos deixar de ressaltar o seguinte trecho, onde fica muito claro o quanto
precisamos estar preparados para todas as situações e que ao mesmo tempo,
somente saberemos o que fazer quando a situação nos exigir. “... se chegar lá
na hora e tiver um aluno surdo, ou um aluno cego ou alguma deficiência, vai ter
que sair da gente, da nossa cabeça. ...” (CAETANO, Juliana F. Estratégias metodológicas para o
ensino de alunos surdos. In: LACERDA, Cristina B. F. de; SANTOS, Lara F.
dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de
surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013. Pág 11.).
A cada realidade que nos for sendo apresentada precisamos
buscar novas estratégias de trabalho, cabe a nós estarmos dispostos a enfrentar
as dificuldades e potencializar as habilidades de cada sujeito envolvido (
inclusive as nossas), pois não teremos fórmulas prontas de como proceder, cada
momento é único e a cada um se deve um enfoque diferente, sendo surdo ou não.
À medida que vamos aprofundando nossos estudos, mais
preparados vamos ficando, o que não significa que não encontraremos
dificuldades.
Existem muitas falhas ao que se refere as políticas
públicas que venham em benefício dos cidadãos com deficiência, no entanto, não
podemos nos esconder atrás dessas falhas e deixar de cumprir nosso papel de
educador, que é de buscar o possível e o impossível para o desenvolvimento
integral de nossos alunos.
Referência bibliográfica:
CAETANO, Juliana F. Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos. In: LACERDA, Cristina B. F. de; SANTOS, Lara F. dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013.
CAETANO, Juliana F. Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos. In: LACERDA, Cristina B. F. de; SANTOS, Lara F. dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013.
ACADÊMICA
SANDRA ANAELISE DA SILVEIRA
09/10/2014
09/10/2014
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