quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Resenha do artigo: Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos, da autora Juliana F. Caetano

         Durante o eixo ECO LIBRAS, estudamos e debatemos sobre o uso da Língua Brasileira de Sinais, bem como sobre sua importância dentro do ambiente escolar mediante a necessidade de atendermos alunos surdos.
         Para nós, estudantes do curso de Pedagogia o contato com a língua de sinais, embora superficial, foi muito importante, pois nos despertou para situações que não havíamos identificado em nossas práticas. A necessidade da compreensão da língua de sinais como forma de comunicação é imprescindível uma vez que, ao aluno surdo é a única forma de comunicação. Quando falamos em língua de sinais, nos remetemos aos alunos, mas quando tivermos um colega de trabalho surdo, como iremos nos comunicar com ele, portanto, a necessidade de conhecimento da Libras foge ao fato de sala de aula, o que torna nosso compromisso ainda mais significativo.
         De modo geral, o texto nos apresenta o quanto a língua de sinais é importante, no entanto, nos alerta ao fato de que não basta termos bom contato com os sinais se não agregarmos a eles boas estratégias de ensino. Não podemos pensar que tudo estará solucionado se tivermos domínio sob a Libras. Assim como para os alunos ouvintes, necessitamos de várias estratégias e maneiras diferentes de abordagem para ensinarmos determinado assunto, para o aluno surdo não basta a língua de sinais. E um recurso muito apropriado é o uso de imagens e cenas concretas associadas aos sinais para desenvolver o processo de aprendizagem de forma que todos os alunos, ouvintes ou não possam se beneficiar.
         Dentro do conceito do uso de imagens como forma de auxiliar no processo de aprendizagem do aluno surdo, precisamos ter bem claro que o conhecimento de mundo de um aluno surdo é completamente diferente do trazido pelo aluno ouvinte, ou seja, assim como em qualquer situação de ensino aprendizagem, partir do conhecimento prévio e da realidade de cada sujeito proporciona significação ao que se estuda aumentando as condições de compreensão de determinado conteúdo. Sendo assim, não podemos apenas fazer uso de imagens sem que se construa conceitos sobre elas e as incorpore a realidade vivenciada em cada situação e para isso, necessitamos do uso da língua de sinais. A Libras é essencial para o desenvolvimento do aluno surdo, mas precisa de instrumentos de apoio. “... Aproveitar as experiências visuais na e da língua de sinais pode produzir estratégias de ensino eficientes, já que esta língua se inscreve no lugar da visualidade e encontra na imagem uma grande aliada junto às propostas educacionais e ás práticas sociais.” (CAETANO, Juliana F. Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos. In: LACERDA, Cristina B. F. de; SANTOS, Lara F. dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013. Pág 7 e 8).
         Mediante ao que viemos estudando, se apresenta o fato de que, em sala de aula, teremos o apoio de um intérprete de Libras para desenvolver nosso trabalho junto aos alunos surdos, no entanto isso não nos exime da condição de termos conhecimento da língua de sinais. Dentro do artigo, os autores nos apontam uma situação muito importante, a união entre o professor e o intérprete, ou seja, o trabalho do professor precisa ser desenvolvido em conjunto com o do intérprete. Ao professor cabe compreender que ele não estará sendo substituído pelo intérprete, mas sim complementado. O intérprete possui um papel fundamental dentro do processo de ensino aprendizagem do aluno surdo, uma vez que estará diretamente ligado a possibilidade de construção de novos conceitos por parte do aluno. A interação do professor com o intérprete irá garantir bom aproveitamento dos temas e das estratégias escolhidas. O intérprete é o elo de ligação entre, o professor e o aluno, é de responsabilidade dele transmitir ao professor as angústias do aluno e vice-versa, portanto, a parceria entre esses dois profissionais ( professor e intérprete) é crucial.
         Frente a todos esses elementos e a compreensão de o quanto a Língua de Sinais é importante dentro de nosso fazer pedagógico, não podemos deixar de ressaltar o seguinte trecho, onde fica muito claro o quanto precisamos estar preparados para todas as situações e que ao mesmo tempo, somente saberemos o que fazer quando a situação nos exigir. “... se chegar lá na hora e tiver um aluno surdo, ou um aluno cego ou alguma deficiência, vai ter que sair da gente, da nossa cabeça. ...” (CAETANO, Juliana F. Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos. In: LACERDA, Cristina B. F. de; SANTOS, Lara F. dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013. Pág 11.).
         A cada realidade que nos for sendo apresentada precisamos buscar novas estratégias de trabalho, cabe a nós estarmos dispostos a enfrentar as dificuldades e potencializar as habilidades de cada sujeito envolvido ( inclusive as nossas), pois não teremos fórmulas prontas de como proceder, cada momento é único e a cada um se deve um enfoque diferente, sendo surdo ou não.
         À medida que vamos aprofundando nossos estudos, mais preparados vamos ficando, o que não significa que não encontraremos dificuldades.

         Existem muitas falhas ao que se refere as políticas públicas que venham em benefício dos cidadãos com deficiência, no entanto, não podemos nos esconder atrás dessas falhas e deixar de cumprir nosso papel de educador, que é de buscar o possível e o impossível para o desenvolvimento integral de nossos alunos.
         Referência bibliográfica:
         CAETANO, Juliana F. Estratégias metodológicas para o ensino de alunos surdos. In: LACERDA, Cristina B. F. de; SANTOS, Lara F. dos (orgs). Tenho um aluno surdo, e agora? Introdução à Libras e educação de surdos. São Carlos: EdUFSCar, 2013.

ACADÊMICA
SANDRA ANAELISE DA SILVEIRA

09/10/2014

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