sábado, 18 de outubro de 2014

Resenha do livro “Pedagogia da Autonomia”, do autor Paulo Freire

EDUCAÇÃO MISSÃO OU PROFISSÃO?

          O livro acima mencionado instiga a formação de docentes e faz uma reflexão a prática educativo-progressista.
              É composto de três capítulos e cada capítulo tem nove subtítulos.
          No primeiro capítulo o autor aborda “que não há docência sem discência”, reflete assim sobre o posicionamento do professor frente aos alunos, para que estes valorizem as vivencias de seus educando. Sem alunos não há professores e uma vez que estes não forem valorizados como parte principal deste processo não será possível realizar um trabalho que gere frutos, os professores devem transformar as vivências de seus educando em fontes de pesquisa. “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino” (p.32)
            Os professores têm em seu caminho uma árdua tarefa, a educação e esta, deve ser tratada com ética, pois somos todos seres com particularidades, pensamentos e ideias e ideais distintos, estes não podem ser menosprezados, ridicularizados ou simplesmente ignorados, as diferenças devem se usadas para gerar aprendizado.
            Paulo Freire destaca no segundo capítulo que “ensinar não é transferir conhecimento”, mas sim construir o conhecimento e que esta construção seja um processo gradativo que precisa se construído com o aluno, todo o aprendizado precisa partir do interesse do grupo e deve ter sentido para o educando. O aluno deve ser participante ativo deste processo e ter consciência que construindo seu conhecimento pode usar o mesmo para refletir sobre sua realidade e lutar para intervir nesta e recria-la. A realidade seja ela qual for deve se tratada como um problema que pode ser solucionada, não é uma situação inabalável. O professor deve estar aberto a mudanças e passar isto aos seus alunos. “Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar”.(p.77)
            No terceiro capítulo Freire traz o destaque de que “ensinar é uma especificidade humana”. Além de ensinar o professor precisa estar envolvido, saber escutar, quere bem, dialogar e compreender. O professor precisa se envolver no processo educativo, pois o ensino é estar em constante aprendizagem, é se dispor a aprender com os alunos de maneira que o ensinar/aprender seja um processo prazeroso.
            Ser professor é muito mais que te uma profissão é ter uma missão para cumprir, é conseguir transformar seus educando em sujeitos autônomos, capazes de fazer a leitura do mundo em que vivem.
 Ambos são motivados pela curiosidade e esta é a chave mestra de um ensino onde existe a produção e construção do conhecimento, a curiosidade proporciona diálogo entre professor e aluno, que não deve ficar apenas no vai e vem, mas sim recheado de perguntas e respostas.
“Se não posso, de um lado, estimular os sonhos impossíveis, não devo, de outro, negar a quem sonha o direito de sonhar. Lido com gente e não com coisas”.(p.163) Ele provoca o pensar sobre ser crítico, formar opinião, manifestar-se, viver o exercício pleno da cidadania e vê o educador como articulador deste processo.
Propõe um ensino democrático que desencadeia o pensar, o espírito de busca e não se prende apenas a saberes científicos. Para tanto o professor deve ter uma cultura geral sólida que possibilite a leitura do grupo e contribua para a troca de vivências. Os conteúdos por sua vez devem ter significado para o grupo, caso contrario perde o sentido e se torna completamente desnecessário. É desta educação que sonhava Paulo Freire, uma educação que respira e transforma coletivamente e que não se submete ao sistema.
Para ultimar é válido ressaltar que a educação que Paulo Freire destaca é uma educação justa, onde o ser humano é tratado como um ser pensante onde seu conhecimento é valorizado e onde os professores não usam o poder de ensinar como uma arma que é capaz de destruir sonhos, acabar com ideais, mas sim que dirijam este trabalho como uma verdadeira missão para auxiliar no processo ensino/aprendizagem.

O livro de Paulo Freire vem de encontro com tudo que acredito e que procuro aplicar em minha prática docente, sou uma seguidora do Mestre e o seu conhecimento vem só fortificar meus pensamentos, uma educação igualitária que busque o simples, que resgate as coisas primordiais da vida e que o professor tem uma missão neste mundo, de fortalecer a capacidade do ser humano de transformar o mundo em um lugar justo, onde todas as opiniões sejam válidas. Talvez uma mudança total fosse uma utopia, mas o mundo está repleto de professores e se todos usassem a educação como uma forma de ensinar a pensar certo, muitas mudanças já seria visível. Como futura pedagoga, vejo a obra de Paulo Freire como fundamental para a formação de professores.

            Referência Bibliográfica:
Freire, Paulo, Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra – Coleção Leitura – 1997, 8º Ed.

ACADÊMICA

VÂNIA SCHAFF SIQUEIRA

18/10/2014

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